sexta-feira, 22/05/2020
Estivemos à conversa com Ana Carvalho, Presidente do
Conselho Pedagógico da EEG-UMinho, que partilhou com o GCI-EEG a forma como a
Escola reagiu à suspensão do ensino
presencial e se adaptou à pedagogia à distância. "Na segunda semana, a maioria das UCs já estava convertida ao funcionamento à
distância."
Como é que a EEG reagiu
ao fecho do campus e à suspensão das atividades presenciais em resultado da
pandemia?
A notícia foi um choque,
naturalmente. Passámos a primeira semana em reuniões diárias na Escola para
perceber o que se estava a passar e o que era preciso fazer para não deixarmos
os estudantes parados em casa.
Alguns docentes começaram logo a
experimentar fazer aulas online. Na segunda semana, a maioria das UCs (unidades
curriculares) já estava convertida ao funcionamento à distância, nos horários
normais das aulas. Na maior parte dos casos, a paragem foi de apenas uma
semana. Na 3ª semana depois do fecho do campus, o Conselho Pedagógico divulgou
um calendário revisto das atividades letivas e a data definida para o final das
aulas avançou apenas uma semana.
Tanto os docentes como os alunos
aderiram de forma excecional e adaptaram-se muito rapidamente.
Como é que as aulas
foram adaptadas ao funcionamento à distância?
A Blackboard, que é a nossa
plataforma de e-learning, foi o veículo usado pela maioria dos docentes para
assegurar o contacto com os alunos e o funcionamento das aulas à distância,
através da ferramenta Blackboard Collaborate Ultra, que permite fazer sessões
síncronas com os alunos inscritos em cada UC. O Zoom também foi usado nalgumas
UCs.
Alguns docentes optaram por fazer
gravações da apresentação de matéria mais teórica ou da resolução de
exercícios, deixando a discussão e o esclarecimento de dúvidas para as sessões
síncronas. E outros ainda reforçaram a utilização de recursos alternativos,
mais ajustados ao formato online.
Tivemos também de fazer algumas
adaptações aos regimes de avaliação inicialmente previstos. Mas acho que
conseguimos transpor para o contexto online os pontos principais das nossas
atividades pedagógicas e de avaliação. Por exemplo, no meu caso, em todas as
UCs que lecionei este semestre estavam programadas apresentações de trabalhos
de grupo. E elas aconteceram tal como programado. Os alunos treinaram as suas
apresentações nas salas virtuais do grupo usando a ferramenta Blackboard
Collaborate Ultra, e nas aulas previstas fizeram as suas apresentações de forma
exímia.
De que forma é que os
docentes foram apoiados nesta transição?
Isto foi um desafio grande para
os docentes. Mas os docentes revelaram uma dedicação e capacidade de adaptação
fora de série.
Logo na primeira semana
promovemos na EEG uma "aula online" para todos os docentes, usando a Blackboard
Collaborate Ultra precisamente para explorar a forma como essa ferramenta
poderia ser usada nas aulas à distância.
E, mais tarde, quando se decidiu
que a avaliação também seria feita à distância, fizemos uma sessão semelhante sobre
a realização de testes online.
A Reitoria, através do GAE
(Gabinete de Apoio ao Ensino) e do Centro-IDEA, também promoveu desde muito
cedo uma série de sessões de formação sobre ferramentas online, no primeiro
caso, e sobre os aspetos pedagógicos do ensino e avaliação à distância, no caso
do segundo. O Centro-IDEA passou a dinamizar sessões semanais de partilha de
experiências entre os docentes e estudantes de toda a universidade, em que
muitos docentes da EEG têm participado. Estas sessões têm promovido uma
interação muito proveitosa, não só entre os docentes da EEG, mas também com os
docentes de outras Escolas, e tem proporcionado uma aprendizagem e colaboração
entre as diferentes áreas muito interessante. Temos retirado daqui um conjunto
de recomendações de boa prática, tanto para o ensino como para a avaliação à
distância, que temos partilhado como todos os docentes da EEG.
E os estudantes, como
se adaptaram à aprendizagem à distância?
Os estudantes também se adaptaram
muito bem, na sua generalidade.
Ter de estudar e ir às aulas no
mesmo espaço que se partilha com o resto da família ou com os colegas de casa
nem sempre é fácil.
Mas mantivemos o contacto com os
estudantes para acompanhar a sua adaptação e identificar eventuais problemas.
Os Diretores de curso, os delegados de turma e os docentes em geral garantiram
esse acompanhamento regular e continuado.
Foram identificados alguns casos
de alunos com dificuldades a nível de equipamento tecnológico e ligação à
internet, que foram encaminhados para o programa de apoio que a Universidade
lançou para esse efeito.
Também me chegaram casos
particulares de estudantes com profissões que têm estado na linha da frente no
combate à COVID-19, como enfermeiros e forças de segurança. Nesses casos houve,
naturalmente, um acompanhamento especial para acomodar as necessidades
particulares destes alunos.
Mas, no geral, o feedback que
tive de muitos docentes é de que a adesão às aulas online foi por vezes maior
do que era habitual nas aulas presenciais. E recebi de vários alunos a mensagem
de que estavam a conseguir dedicar-se mais ao estudo nesta fase do que quando
tinham aulas presenciais.
Por isso, apesar deste regime não
ser claramente o nosso preferido, e estarmos todos desejosos de voltar ao
contacto pessoal e próximo com os alunos que nos caracteriza na EEG, acho que
podemos dizer que o desafio foi superado.
Gabinete de Comunicação
Escola de Economia e Gestão
Universidade do Minho
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